Há duas décadas atrás, eu trabalhava num educandário na espiritualidade, uma colônia de crianças recém falecidas por acidentes e outras doenças mais comuns, e um dia encontrei uma velha conhecida, que foi minha vizinha quando eu era mãe e morava na Terra. Ela sorriu quando me viu, pois seu marido era uma pessoa muito influente e ela nunca precisou trabalhar... eu portanto, fui professora por toda a vida, já que meu marido na época era também professor. Agora, em outra esfera de vida, olhei para ela com piedade, estava muito tristonha, pois faleceu de uma doença rara, para a época, a febre amarela não tinha cura e virou uma epidemia... e assim seus 3 filhos também faleceram... e eu cuidei deles. As crianças estavam ótimas, sadias, harmoniosas, prontas para acompanhá-la ao novo lar sideral, portanto ela me pedia que ficasse com as crianças e deixasse ela ver o marido ainda na Terra, vivo. Porém, mesmo com os contatos espirituais que eu tinha no depertamento de visitas aos encarnados, onde minha irmã e amiga Bianca trabalhava, não poderia conceder, pois o marido dela estava em segundas núpcias e eu não podia lhe dizer a verdade e isso poderia desestruturá-la espiritualmente. Mas a senhora, ainda jovem, contando com seus 45 anos... chorava copiosamente ao ouvir minha negação. Tive que lhe dizer que ainda não era permitido, mas que ela poderia pedir algum conselho no próprio departamento de visitantes à crosta. Na nossa colônia, Flores de Lis, apenas fazíamos a harmonização espiritual das famílias, meu trabalho sempre foi o de orientar, educar, cuidar e curar. Nada mais. Milagres não existem, e se queremos conquistar a autoridade espiritual, precisamos antes, rever nossos conceitos de maturidade emocional, pois uma é princípio ativo da outra. E ao abraçar a velha vizinha, de tempos passados, senti o quanto era difícil se desvencilhar das ilusões de autoridade que temos quando encarnados e como isso nos prejudica no mundo verdadeiro do espírito. Porque até o mestre Jesus, exemplificou a humildade, o amor, a compreensão... De que forma, queríamos encontrar o mundo após a vida física?